Allfabetização

Este postal é - creio - uma fotografia retirada dum dos dois filmes que há dias vi sobre as campanhas de alfabetização, as tais em que eu gostaria de ter participado em Agosto último se ... Esta cena do filme era comovente: uma mulher que até aí não sabia comunicar por escrito, conseguir fazê-lo. A procura das sílabas, o gesto hesitante, o voltar atrás para corrigir ou desenhar melhor a letra !!! Deve ser bestial um tipo descobrir que sabe ler, não achas? (1974)

Escrevivendo e Photoandando

No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou me a ler as cartas que reavera [à família] ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

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Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recorte, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

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Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

VN

domingo, 30 de outubro de 2016

mudança da hora e precalços


* Victor Nogueira


Esta madrugada, antes de deitar-me, mudo a hora nos relógios. Quando hoje entrei no carro para ir almoçar ao Porto, olho para o relógio e leio 12:40. Telefono à minha tia Teresa a dizer-lhe que vou chegar atrasado e ela responde-me coma sua habitual placidez sorridente:"Ainda vens muito a tempo, só são ainda 10:40. Não sabes que ontem mudou a hora ?

Bolas, andei eu na esgalha e afinal em vez de atrasar a hora adiantei-a. Enfim .. Talvez assim e no caminho ainda tenha tempo de fotografar a Igreja românica de Cedofeita, penso para comigo.

Isto de chegar tarde é uma pecha de família. Para tentar evitá-lo a minha mãe tinha o relógio sempre adiantado 10 minutos e eu comentava-lhe que se eu tivesse o relógio adiantado 10 minutos nem por isso chegaria a tempo pois sabia que ele estava .. adiantado e daria o desconto.

Ontem a imagem acima foi a minha foto de perfil mas, com as minhas apressadas e habituais leituras em diagonal, li que deveria adiantar a hora quando, reparando melhor, o Tintim às duas horas está não a puxar para diante o ponteiro das horas mas sim a empurrá-lo para trás..





Harold Lloyd in Safety Last!, 1923

A verdade da verdade



Alguém escreve e partilha em rede social

"Gosto de gente de verdade. Se você não consegue ser, por favor, não perca o seu tempo comigo".
Ana Jácomo


Victor Nogueira Não há uma verdade absoluta e definitiva. A verdade é sempre relativa e circunstancial. Sendo virtuais os bjos que te dou, neles estão a cor, o sabor e a textura que lhes encontrares e descobrires :-P

sábado, 29 de outubro de 2016

tu cá, tu lá e doutorices

* Victor Nogueira

Os angolanos, os ingleses e norte-americanos, os comunistas e muitas vezes os colegas de trabalho e profissão tratam-se por tu. E na minha família, de bisavós a bisnetos e colaterais todos nos tratamos por tu. .

JMC - Há pessoas, profissionais de certos ofícios, que têm a mania de tratar por tu quem mal conhecem. Não me incomoda, mesmo quando pressinto nisso algum paternalismo ou sinal de pretensa superioridade. Pago da mesma moeda, tu cá, tu lá, seja médico ou ministro. Uns encaixam bem, outros... não. Tenho cada história...

Victor Nogueira -Bem, os angolanos, os ingleses e norte-americanos, os comunistas e muitas vezes os colegas de trabalho e profissão tratam-se por tu. E na minha família, de bisavós a bisnetos e colaterais todos nos tratamos por tu. .

JMC -  Gostas de ir ao médico e um tipo que nunca viste antes começar a tratar-te por tu com uma certa sobranceria? "Então o que te traz cá? De que te queixas?". Comigo leva logo com um "pá, disseram-me que és bom médico..." Alguns recuam logo, outros vão na onda.

Victor Nogueira - Ah ! Isso é diferente. Mas esse tratamento por "tu", ofensivo, só me usaram antes do 25 de Abril. Mas repito, o tratamanto por tu pode não ser ofensivo. Depende das culturas ou subculturas. Em inglês, embora não te possas aperceber, todos se tratam em princípio por tu. Muitos angolanos de cor aqui em Portugal que me não conheecem de lado algum tratam-me por tu. Aqui no FB muitas pessoas tratam-se por tu logo desde o início

JMC -  Não era a essas situações que me referia, Victor.

Victor Nogueira - Nunca trato os médicos por "senhor doutor", quanto muito por "oh doutor". Uma vez numa consulta médica o clínico tratava-me por "senhor Victor", embora soubesse a minha profissão - pk estava na ficha médica (sociólogo) - e eu como é meu hábito falava com ele sem o tratar por "doutor". Ás tantas ele pergunta-me "o senhor é o quê" e eu respondi-lhe "sou sociólogo, está aí na ficha que o senhor tem à sua frente". O homem monossilabou qualquer coisa, continuou a tratar-me por "senhor Victor" e eu continuei a não usar para com ele o "doutor".


ADENDA 01 - Só puxei dos "galões" uma vez e no serviço. Uma jovenzinha do Departamento de Pessoal, de cuja direcção eu havia sido afastado pelo PS, telefonou-me para um assunto de serviço tratando-me por "senhor Victor". Entendi que aquilo era uma provocação e disse-lhe "A senhora conhece perfeitamente qual é o tratamento que o Departamento utiliza para com os técnicos da Câmara e portanto é esse que deve usar para comigo qd tratar de questões de serviço e não o de"senhor Victor" e a provocaçãoznha dela terminou. Sempre assinei os documentos de serviço apenas com o  nome e a categoria profissional, Mas há muitos colegas meus que antes ou depois do nome põem não a categoria profissional mas sim "dr." No Urbanismo a generalidade dos técnicos e técnicos superiores tratavam.se por tu. E as assistentes sociais eram apenas a "senhora dona". Depois o curso de assistente social foi equiparado a licenciatura, Uma das assistentes sociais, quando com a força do hábito era interpelada como "senhora dona" respondia impertinente "senhora dona, não, senhora doutora". Azar dela, pk passando a "dra" no Urbanismo, não teve direito a que eu a tratasse nem por "tu" nem por "dra".


o "agit-prop" das direitas



* Victor Nogueira

Não é só com os "populismos" que a "direita" "liberal" e "ordeira" - adepta do darwinismo social - faz "agit-prop" de sinal contrário, mas acusando/acenando/ameaçando/amedrontando/aterrorizando com a "acusação" e o espantalho de que todos os que se lhe opõem são a "extrema-esquerda", nesta incluindo os "moderados". isto é, mesmo aqueles que não ponham em causa a des/ordem socio-económica estabelecida mas  queiram apenas mais "justiça social" . Todos essa "extrema.esquerda" (subliminarmente) apresentada como usando faca na liga, navalha nos dentes e petardos nos bolsos.

OPINIÃO

A lengalenga do “populismo”

De que partido é candidato Trump? O dos dois Georges Bush. De que partido europeu faz parte Berlusconi? O de Merkel, Passos Coelho ou Rajoy.

https://www.publico.pt/mundo/noticia/a-lengalenga-do-populismo-1749218?frm=opi

fosfoquices em passes de coelho por lebre

+ Victor Nogueira

O Residente em Masamá faz um número para a galeria e, sendo líder, nem sabe que o líder a ele subordinado apresenta no Parlamento ? E cheio de pose não concorda nem que Schäuble faça ingerências públicas, - mas se forem na privada, tudo bem - nem que Costa emita graçolas na "resposta" ao teutónico Ministro das Finanças. Querem ver que Caros Pacheco vai assessorar Schäuble em tribunal contra-Costa ?


"Não creio que haja nada que justifique que um membro do Governo com essas…
PUBLICO.PT

onde fica o Mindelo ?




Fica a cerca de 3 km a sul de Vila do Conde, (41° 18' 52" N 8° 42' 56" O) a 20 km a Norte do Porto, a cerca de 9 km a Norte de Pedras Rubras e a 2 km da praia do Mindelo, na Ponta da Gafa, a partir da estação do metro de superfície. 

O Mindelo figura na História como sendo o local onde em  8 Julho de 1832 desembarcaram as tropas liberais de futuro D. Pedro IV que ficaram conhecidas como os Bravos do Mindelo e marcharam para o Porto onde sofreram o cerco das forças miguelistas de Julho de 1832 a Agosto de 1833.

O Mindelo de Cabo Verde, na ilha de São Vicente, teve origem no Mindelo de Vila do Conde. O nome da povoação na baía do Porto Grande, foi uma decisão do Governo da Metrópole, em 1838, em memória do desembarque do exército expedicionário de D. Pedro IV nas praias desde a Praia de Mindelo até à Praia dos Ladrões, em Arnosa de Pampelido, mais a sul. 

Mas Mindelo de Vila do Conde não é o nome de uma localidade mas sim da freguesia, constituída de vários ""lugares" que o crescimento urbano uniu, desde a EN 13 até à praia, na Ponta da Gafa.  




sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Balada de Lampião para Penélope



* Victor Nogueira

Esta Pénelope
não em Ítaca
mas no cimo do cerro
encerrada

por Ulisses não serra
as grilhetas
em cíclope tarefa.

Cadenciadamente
cai areia nas ampulhetas
e a teia
não ateia nem incendeia,

sem chama
a nau vagueia.

Tece pois Penlope a manta
sinhá moça rendeira
e em Tróia jazz
sem paz o segredo
que rima
em degredo

A harpa
hárpia é
uma farpa na rude escarpa

Não arrima Penélope
e
sem corda não acorda
sem ponte que aponte a fonte

não corre

em cerrado morre no cerro

sem Lampião
Maria, a Bonita !

.

Mindelo 2016.10.28

GRAVURA  - "olê, mulher rendeira 1" por EDINA SIKORA
IN http://edinasikora.blogspot.pt/2014/01/ole-mulher-rendeira-1-e-2.html


 

peao2007 - Antonio dos Santos, mais jovem cangaceiro de Lampião, conhecido como Volta Seca, canta a versão original de Mulher Rendeira em Cantigas de Lampião.  

 

peao2007 - Antonio dos Santos, mais jovem cangaceiro de Lampião, conhecido como Volta Seca, canta Acorda Maria Bonita


Scout4Me1's channel  - Joan Baez - O`CANGACEIRO ~ a Portuguese song which soothes and charms. "If you will teach me to make lace, I will teach you to make love" says the lover to the beloved."

Vivam, consegui apanhar o avião !



* Victor Nogueira

Todos os dias os aviões sobrevoam o "meu" espaço aéreo, umas vezes dou pelo seu roncar, outras não, Talvez tal tenha a ver com a direcção do vento. Várias vezes tenho tentado apanhá-los, mas em vão. Descobri que é mais fácil apanhá-los quando aterram do que quando levantam voo, que se afastam, cada vez mais minúsculos até se perderem rapidamente na etérea atmosfera. Mas no "meu" espaço aéreo que eles cruzam fazem-no apenas ao levantar voo e apanhá-los é uma tarefa muito dificultada, devido à interposição dos prédios e à ausência de "balizas" que permitam focá-los e localizá-los instantaneamente, a tempo. Sem esquecer que a necessária utilização do zoom em  "teleobjectiva" diminui enormemente a área visualizada que eles cruzam.

Mas nesta 5ª feira, quando tentava outra tarefa difícil que é apanhar o voo  das aves, seja em foto, seja em filme, ouvi um avião e apontei a máquina para o ar e ... não é que desta vez consegui apanhar o avião ?!

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

auto-retrato no mindelo, em 2016.10.27, com mudança de fundo.


O louceiro arte nova era dos meus avós maternos e o palhaço do espólio do meu pai, que em miúdo gostaria de ter sido palhaço. O boneco de barro ao lado do gato (do espólio da minha mãe que gostava desses felinos) é uma das minhas ofertas humorísticas ao meu pai, que tendo grande sentido de humor,achava piada às minhas ofertas, que na casa dele punha em destaque. Esta é dum homem barrigudo com o seu bigodinho e óculos, cabeça protegida do sol na praia, de calções de banho, numa das mãos o gravador para ouvir ópera ou paso-dobles,na outra a garrafita de tinto l-

Aqui a mobília é uma miscelânea de arte nova, dos meus avós maternos (António e Francisca), outra art déco, da minha tia-avó paterna Esperança, com móveis mais modernos, escolhidos pela minha filha Susana.


Septuagenário que criticou deputado do PSD condenado a pagar mais de 4 mil euros

* Victor Nogueira

Pois ... considerar a malta como "peste grisalha" manifesta uma grande ternurice e afecto pelos idosos por parte do deputado do PSD, Ilustríssimo e Exmo Senhor Dr. Carlos Peixoto. E como tal, e como "o respeitinho é muito bonito", "faltas de respeito" à sua honra e dignidade inquestionáveis não são admissíveis. "Dura Lex, Sed Lex" e mai' nada. 

Vejam lá do que se livrou Eça de Queirós, condenado à penúria se fosse vivo, por escrever a sua "Campanha Alegre" !

O deputado do PSD referiu-se ao envelhecimento da população como "peste…
PUBLICO.PT

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Notícias do Mindelo: aventuras, venturas e desventuras

* Victor Nogueira
(texto e fotos, excepto as imagens com livros)



Ontem o dia esteve soalheiro e as nuvens dariam interessantes fotos ao pôr-do-sol, mas não saí de casa. Hoje o céu esteve límpido e acabei por não sair pelo motivo que mais adiante será exposto. 

Há pouco o carteiro entregou-me três livros de poesia remetidos pelo meu amigo Filipe Chinita e por ele autografados: "Do tamanho das nossas vidas", "a(s) mãos ambas sobre o corpo (d)o amor" e "deste temporal de (te) amar".  Aprecio na sua poesia a contenção depurada e (quase) ascética com que se exprime.



Sem televisão por cabo não posso ver os canais FoxCrime, RTP Memória e FoxMovies, os que mais me interessam com a RTP2, mas apenas a TDT. No entanto desde há dias só consigo apanhar a RTP2, mas sem. possibilidade de ver em diferido senão os poucos programas da RTP Play, no computador. Mas mesmo isto foi à viola, pois a NOS cortou o acesso gratuito à Internet pelo hotspot, sem limite de tráfego - com alta velocidade, oferta de verão - e repentinamente passei a tê-lo empastelado, a 124 kb/s, o que me dificulta a edição dos blogs e os downloads ou uploads ou impede o visionamento de filmes e vídeos on line. Uma seca.


Para agravar de vez em quando fico sem acesso e sou redirecionado para comprar pacotes suplementares de acesso rápido. Como não estou para isso pois seria uma fortuna ao fim do mês, lá me restabelecem a ligação a ... 124 kb/s e assim ciclicamente. Para tornear este handicap "oferecem-me" acesso rápido XL pelo hotspot sem limite de tráfego mediante mais 15 € mensais para além do que já pago normalmente, o que não é pouco. E vivam a "democracia" e a "liberdade" que dizem ser a Web, com esta obrigação de subscrever outros serviços que não utilizo, a que não tenho acesso fora da minha residência habitual  ou que não me interessam, tudo isto para ... engorda de tubarões.



No quintal tem sido tempo de arrancar a maioria das plantas, de podar a palmeira e de preparar a terra para as sementeiras que serão quando for a próxima Lua Nova. Preparava-me para sair, aproveitando o tempo soalheiro, deslocando-me a Vila do Conde ou mais adiante para tomar café com a menina da Póvoa. Mas de repente um cheiro incomodativo feriu a minha pituitária e apercebi-me que no campo defronte de mim começara a adubagem do terreno com água choca, isto é, com água das pocilgas, pelo que resolvi fazer a reportagem fotográfica da faina agrícola. 


Uma tarde destas quando saí ainda o milheiral estava ali, mas quando regressei ao anoitecer já fora tudo colhido mecânicamente. Já não há desfolhadas, eiras e cantorias ou milho rei.



O milho verde, cantado por José Afonso ...

Milho verde, milho verde
Milho verde maçaroca
À sombra do milho verde
Namorei uma cachopa

Milho verde, milho verde
Milho verde miudinho
À sombra do milho verde
Namorei um rapazinho

Milho verde, milho verde
Milho verde folha larga
À sombra do milho verde
Namorei uma casada

Mondadeiras do meu milho
Mondai o meu milho bem
Não olhais para o caminho
Que a merenda já lá vem

Os trabalhos hoje foram pois a adubagem do campo seguida da sua aragem, o depósito e o arado puxados por tractores, cada um com seu condutor, o ar empestado. O que me recorda as moscas, que aqui mais parecem carraças ou sarna, habituadas  que estão ao gado, aparentemente imunizadas aos insecticidas domésticos. E desde ontem provocaram-me uma intensa comichão com três babas que me puseram no braço, aparentemente resistentes ao Fenistil e aos anti-histamínicos.. Nem tudo são rosas e doce lirismo nos bucólicos campos (en)cantados por poetas e poetisas.

E pronto, vou tratar do jantar, linguado grelhado com salada e sopa de legumes ali da horta do quintal. São servidos ? Ah! também há ainda um pedaço de bolo que me trouxe uma vizinha, que pela textura mas não pelo gosto supunha ser pão-de-ló mas me esclareceu que era bolo de folar. 


Continuo a ler de Andrew Marr "História do Mundo", de que me falara o Nunes da Ponte um dia destes. É um livro escrito numa linguagem acessível e fluente, com alguns factos que desconhecia. Contudo, a despropósito, seja qual for o período da História, lá surgem referências aos crimes soviéticos ou de Estaline, para além de afirmar - ao tratar da Guerra Civil Americana - que se não fosse a chegada dos norte-americanos à Europa os "alemães" teriam vencido a Grande Guerra. Presume-se que se refere aos desembarques na Sicília e na Normandia, "esquecendo" as derrotas ds nazis em Estalinegrado e em Kursk, que essas sim, apressaram a intervenção do "amigo" americano. Está-lhes na massa do sangue o TINA (there is no alternative) para o capitalismo, mesmo que falem dos crimes e mortandades deste, para tentarem dar credibilidade "isenta" ao pró-capitalismo.. 


É como sucede também num outro livro que acabei de ler um dia destes - "As decisões mais inesperadas da História" - de Luc Mary (cuja capa já é por si mesma elucidativa), que começando na Antiguidade com a Grécia, Roma e Cartago, lá vem com descarados anti-comunismo e anti-sovietismo ao abordar episódios do séc XX. Mas como a obra de Andrew Marr está a ser distribuída em volumes semanais, tenho de aguardar para verificar como nela será abordado o século XX.


OS TRABALHOS NO CAMPO DE MILHO

1. Antes e depois da colheita



2. - Adubagem




3. Aragem






(nas fotos acima vê-se em duas "folhas" o campo que está estrumado e o que não estava ainda)



 

4. - Fim dos trabalhos





A desfolhada em Lumiares (Armamar), com trilha sonora do poema de Ary dos Santos, A "desfolhada portuguesa", interpretada por Tonicha, causou enorme escândalo em 1969, ao vencer o Festiva da Canção da RTP. musicado o texto de Ary por Nuno Nazareth Fernandes 

Corpo de linho 
lábios de mosto 
meu corpo lindo 
meu fogo posto. 
Eira de milho 
luar de Agosto 
quem faz um filho 
fá-lo por gosto. 
É milho-rei 
milho vermelho 
cravo de carne 
bago de amor 
filho de um rei 
que sendo velho 
volta a nascer 
quando há calor. 

Minha palavra dita à luz do sol nascente 
meu madrigal de madrugada 
amor amor amor amor amor presente 
em cada espiga desfolhada. 

Minha raiz de pinho verde 
meu céu azul tocando a serra 
oh minha água e minha sede 
oh mar ao sul da minha terra. 

É trigo loiro 
é além tejo 
o meu país 
neste momento 
o sol o queima 
o vento o beija 
seara louca em movimento. 

Minha palavra dita à luz do sol nascente 
meu madrigal de madrugada 
amor amor amor amor amor presente 
em cada espiga desfolhada. 

Olhos de amêndoa 
cisterna escura 
onde se alpendra 
a desventura. 
Moira escondida 
moira encantada 
lenda perdida 
lenda encontrada. 
Oh minha terra 
minha aventura 
casca de noz 
desamparada. 
Oh minha terra 
minha lonjura 
por mim perdida 
por mim achada. 

As picadas das moscas continuam a incomodar-me com prurido e comichão ou coceira e só um grande esforço me impede de coçar o braço até ficar em chaga. "Verdes são os campos / da cor do limão / ... " e blá blá. Antes "A Mosca", suplemento humorístico do extinto Diário de Lisboa mais as Redacções da Guidinha e os Cartoon de João Abel Manta.. Ao menos divertiam-nos e despertavam riso e bom humor.



EM TEMPO - No alto da serra, lá no cimo da montanha, encerrada, Penélope continua a desfiar de noite a teia que de dia não fia ! Não haverá madrugada de nevoeiro que a descerre e nos valha em alvoreada alvorada?




José Afonso em Canto Moço ou ...

Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor nos ramos
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praia do mar nos vamos
À procura da manhã clara

Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha

Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca.



a sesta, de van gogh



salvo a "Teia" e "Antes e depois da colheita", as fotos foram tiradas em 2016.10.25 / 26 

Aulas de Religião e Moral e BD

* Victor Nogueira

Gostava do Pe. Júlio [P. Oliveira], que tb me ofereceu "santinhos", mas não me recordo dessas prédicas como as que referes. Eu conversava mais com o Cónego Manuel das Neves, da Sé de Luanda, que foi preso a seguir ao 4 de Fevereiro e foi quem me baptizou, deu a 1ª comunhão e me crismou. Misteriosos são os caminhos do Senhor LOL

Também gostava muito de BD, d'O Mosquito, d'O Senhor Doutor, do Mundo de Aventuras do meu pai em jovem, do Bambi (da Província de Angola) e da BD que o meu avô paterno me enviava do Porto: o Cavaleiro Andante e o PimPamPum (do Século). Sem esquecer o "Camarada", da MP. e Gibis brasileiros.

Gostava das aulas de Religião e Moral e tinha normalmente 18 a 20 valores nos exercícios.

Comentário a um post de Carlos Barradas Teixeira:

BAÚ DAS MEMÓRIAS!!
O que fui descobrir por acaso quando andava a arrumar papelada!!
Coitado do Padre Júlio, bem tentou levar-me por bons caminhos, o caminho que ele julgava certo!! Tantos santinhos que me deu e alguns ainda os conservo!!
O que será que ele viu em mim para acreditar que eu tinha potencial?!! Lol
Acho que ele nunca percebeu que foi ele que me desviou da fé católica com as suas aulas de Religião e Moral!! Mas isso são outras histórias! Mas curiosamente foi ele que me despertou o fascinio pela Banda Desenhada! Ele tinha uma colecção enorme de BD e assinava muitas publicações americanas que recebia directamente!! Muitas tardes passei eu no Episcopado ao lado do Palácio, onde ele morava, quando esperava pela minha mãe que trabalhava nos serviços de Economia mesmo ali ao lado! Ele lia-me as BDs americanas dos Super Heróis, dos policiais, etc! Fritz The Cat, Marvel, Alex Raymond, Milton Caniff! Lia-me traduzindo do inglês!! Era um tipo muito interessante excepto a parte em que ele nos tentava catequizar, mais a descrição horrenda dos horrores do inferno que ele descrevia com detalhe e algum prazer masoquista!! Ah e aquela pergunta "sabem porque é que Portugal não entrou na Segunda Guerra Mundial?! Por causa de Nossa Senhora e de Salazar!!" Acho que foi por estas e mais algumas que eu me fui questionando e afastando, era criança mas já atenta ao que me rodeava e lia em casa! Quanto mais ele nos queria atrair para o caminho do "Bem" mais eu me assustava e me afastava para bem longe!!
Mas gostava dele, no fundo era um bom homem!! Tenho saudades dele e do tempo em que comecei a perder a inocência... tão novinho!!!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Facebook vai passar a ter em conta o interesse público antes de tirar notícias da Net

inFaceLock, the Big Brother on line, sempre a factura e as "pudibundas muralidades"



Órgãos de informação e instituições de caridade estavam entre os principais críticos…
EXAMEINFORMATICA.SAPO.PT

Luanda - ainda o Liceu Salvador Correia - duas fotos

* Victor Nogueira

No "Grupo Salvador Correia - Histórias e Memórias", José Augusto Duarte Ferreira publicou duas fotos - presumivelmente de 66 / 67 - em acréscimo/comentário ao meu post Luanda - Os caloiros do Liceu Salvador Correia (e não só).Uma delas refere-se à saída das aulas, junto ao portão principal. A "ordem" do Reitor, o dr. Armindo Gonçalves, era a proibição de permanecer em pé ou sentado no muro ou no lancil do passeio, pois segundo ele os alunos não eram "jarrões". Acabadas as aulas, os alunos deveriam dispersar. O não cumprimento da directiva poderia resultar numa sanção disciplinar. A outra refere-se à tonsura dos caloiros que me não lembro de ainda haver em 64 / 65 e 65 / 66. Se havia, não participei nessa "praxe", por discordar dela..


saída as aulas - foto José Augusto Duarte Ferreira, no primeiro dia de aulas do ano lectivo !966/67

Naquele tempo quando havia "borla" do professor, apenas os alunos do 6º e 7º anos (3º ciclo liceal) podiam sair para o recinto exterior, ficando na conversa debaixo duma frondosa árvore junto aos campos de hóquei em patins. As alunas teriam de ficar no interior, presumivelmente na biblioteca ou na sala a elas reservada. Aliás, sendo as aulas do 3º ciclo e apenas estas mistas, e as respectivas salas no 1º andar, as raparigas subiam pela escadaria que ia dar  à biblioteca e os rapazes pelas laterais. Nos intervalos das aulas as raparigas ficavam acantonadas no 2º piso e os rapazes deveriam descer para o térreo, sob pena de serem castigados com 1 dia de suspensão das aulas. Tudo isto pouco tinha a ver com a realidade mais aberta que havia fora do Liceu.

Em 56 / 57 e anos subsequentes - no tempo em que o reitor era o Dr. Crespo - os alunos não estavam impedidos de sair para o recinto exterior se houvesse "borla", isto é, se o professor faltasse,  ficando na conversa e a fumar  ou, quando éramos mais miúdos, em renhidas batalhas com torrões de terra nas barrocas, como lembro no post referido no final deste.


a  tonsura aos caloiros - foto José Augusto Duarte Ferreira, no primeiro dia de aulas do ano lectivo !966/67



***

e
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1594786280547456&set=p.1594786280547456&type=3&theater

ADENDA



foto José Augusto Duarte Ferreira, no primeiro dia de aulas do ano lectivo !966/67


partilhado por José Augusto Duarte FerreiraSALVADOR CORREIA - HISTÓRIAS E MEMÓRIAS in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1266377363388351&set=pcb.914367941933957&type=3&theater



Gelados Torrão...à porta do Salvador Correia...

in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10153826702737797&set=gm.1197771853595584&type=3&theater

Nos comentários faz-se referência aos pirolitos (açúcar queimado) e à ginguba (mancarra ou amendoim). O filho da nossa cozinheira, a senhora Ana de Jesus, da Guarda, tinha uma fabriqueta de pirolitos embrulhados em papéis de várias cores, mas sem pauzinho para segurar,  que por vezes nos oferecia. No tempo dos meus pais, em Portugal, também havia pirolitos, mas esses eram diferentes ereferiam-se às garrafas de "gasosa" no interior das quais havia um berlinde. Mas também se dizia "apanhar um pirolito" ao acto de sem aviso nos fazerem mergulhar na água do mar, engolindo água.